Uiui... emoções fortes... amanhã é minha banca... medo, muito medo.
E loucura, também. Sonhei que passava em frente a uma igreja, que me ajoelhava no altar e que prometia a São Benedito (que nem sei pra que serve esse santo) que se eu tirasse 10 na minha banca, eu assistiria a uma missa na sua igreja... também pedi outras coisas que não direi...rs.
Comi frango ao curry.... estou esgotada gastronomicamente.
Quando a gente tem medo de se apaixonar, será que é porque já está apaixonado? Questionamentos, sempre muitos e muitos questionamentos. Mas eu ainda acho que não.
dimanche, juin 22, 2003
mercredi, mai 07, 2003
Escrever. Escrever para não pirar, ou escrever para fugir e enlouquecer de vez. Talvez por isso não devesse estar aqui, no meu exercício diário de fazer drama por uma coisa qualquer.
Eu tenho um cotidiano de estresse familiar. Eu tenho uma mãe, que é o único parente a conviver comigo. É ponto pacífico que tentaríamos nos enlouquecer uma à outra, exercendo com talento a sordidez familiar, sem mediadores nem testemunhas. Desde quando nos odiamos? Até quando nos odiaremos?
Eu tenho um cotidiano de estresse familiar. Eu tenho uma mãe, que é o único parente a conviver comigo. É ponto pacífico que tentaríamos nos enlouquecer uma à outra, exercendo com talento a sordidez familiar, sem mediadores nem testemunhas. Desde quando nos odiamos? Até quando nos odiaremos?
mardi, mai 06, 2003
Pronto. Já deu o que tinha que dar. Agora estou aqui, e se tenho ou não uma bússola, pouco importa.
http://festamovel.blogspot.com
http://festamovel.blogspot.com
jeudi, mai 01, 2003
A luz de uma linda manhã penetram no meu quarto pela janela, enquanto ouço uma linda música do Portishead, neste 30 de abril de um outono calorento. Hoje eu já sou uma mulher de 25 anos, transpus essa porta do quarto de século (e quem há de transpor a porta do meu quarto? não sei), e tive uma festa coletiva, já que minha agora amiga K. também aniversaria em 29 de abril. Havia quatro velas no maravilhoso bolo, um par de 25, e outro de 26, e as sopramos ao mesmo tempo. A coisa toda foi muito fofa e divertida, e meu desejo ao cortar o bolo foi bem simples e baseado apenas nas mais puras necessidades. Normalmente não sou uma pessoa de sorte, mas espero que ontem ela tenha mesmo que invisivelmente sorrido para mim. Acho que a única dessas crendices de pedidos que deram certo foi o que fiz com a fitinha do Nosso Senhor do Bonfim, que simplesmente desatou os três nós, depois de quase um ano, sem que ela tivesse arrebentado, e meu desejo se tornou realidade.
Mas nem tudo foi alegria, pois minha mãe estava no hospital, sentindo coisas que não culminaram em diagnóstico algum. Fiquei preocupada com ela, pois agora ela é a única que me resta.
Agora vou mergulhar na Paris de Edmund White, a bicha mais chiquérrima do mundo editorial.
Mas nem tudo foi alegria, pois minha mãe estava no hospital, sentindo coisas que não culminaram em diagnóstico algum. Fiquei preocupada com ela, pois agora ela é a única que me resta.
Agora vou mergulhar na Paris de Edmund White, a bicha mais chiquérrima do mundo editorial.
lundi, avril 28, 2003
samedi, avril 26, 2003
Gosto quando o rádio me surpreende com canções que não espero ouvir. Esse é o caso, no presente momento, de "Glory Box", do Portishead. Uh... covardia ouvir essa música. Lembrei de alguém que nunca quereria nada comigo, K., que adorava absolutamente essa música, e que por alguma razão, gostava de ficar perto de mim. É alguém que tem um jeito absolutamente anódino e meio tapado, às vezes, só que usa isso a seu favor, porque de tapada, ela não tem rigorosamente nada. O fascinante é que eu a conheci vestida de Bat Girl, enquanto eu era uma bucólica flor, numa festa a fantasia. Acho que vou telefonar-lhe dia desses pra saber como ela está. Pois é, children, "Glory Box" em nada me lembra F.
jeudi, avril 24, 2003
Sonhos:
1 - labirinto de incoerências surreais numa praia da Califórnia;
2 - pedido de desculpas via secretária eletrônica;
3 - seduçõezinhas com uma mulher mais que bem casada.
Realidades:
1 - celulares não atendidos;
2 - dengos, manhas e vontades há mais ou menos de dois meses;
3 - desencontros premeditados ou não;
4 - proximidade do meu quarto de século.
E me usando dos dizeres de outrem sobre os 25 anos, "muita coisa pode acontecer em um quarto".
Mais enumerações:
1 - Sonhos:
1.1 - Terminar a faculdade nesse semestre
1.2 - Arranjar um emprego
1.3 - Superar minhas dificuldades emocionais
2 - Realidades:
2.1 - Brumas
2.2 - Tropeços
2.3 - Dúvidas
2.4 - Excessos
2.5 - Deficiências
1 - labirinto de incoerências surreais numa praia da Califórnia;
2 - pedido de desculpas via secretária eletrônica;
3 - seduçõezinhas com uma mulher mais que bem casada.
Realidades:
1 - celulares não atendidos;
2 - dengos, manhas e vontades há mais ou menos de dois meses;
3 - desencontros premeditados ou não;
4 - proximidade do meu quarto de século.
E me usando dos dizeres de outrem sobre os 25 anos, "muita coisa pode acontecer em um quarto".
Mais enumerações:
1 - Sonhos:
1.1 - Terminar a faculdade nesse semestre
1.2 - Arranjar um emprego
1.3 - Superar minhas dificuldades emocionais
2 - Realidades:
2.1 - Brumas
2.2 - Tropeços
2.3 - Dúvidas
2.4 - Excessos
2.5 - Deficiências
mardi, avril 22, 2003
Passou o feriadão maior que de costume, comeu-se muito peixe e chocolate, tomou-se muita chuva em Santos, enfim, enfim. Mas foi bom porque por vezes tive a companhia de amigos para boas conversas, até em mesa de bar quando São Pedro deu uma trégua. Mas a melhor companhia de todas foi a de Manuela e seus olhos atentos, suas garras afiadas e seus instintos felinos aguçados e brincalhões. Agora sei o que R. sente cuidando daquele bichinho. Uma companhia extremamente carinhosa. Sim, pessoas, gatos são traiçoeiros, desencanados, mas criem gatos. Não é caro e é diversão garantida!
vendredi, avril 18, 2003
Eu acordei pronta para deixar o egoísmo de lado... prova disso é que estou postando hoje para dividir a descoberta da coisa mais linda da Europa com vocês, mulheres (ou homens também, por que não?) interessadas. Ele se chama Nikos, é grego, tem 32 anos e é a coisa mais fofa do mundo, o que nos faz pensar que a expressão "deus grego" realmente tem muita procedência. Lá tem as fotos dele, muitas, muitas, e sei que ele suscitará paixões e etc, ainda mais porque ele está à procura de sua alma gêmea. Eu quero um daquele pra mim!!! Eu até prometo que não beijarei mais nenhuma mocinha...rs... hum... acho que não vou conseguir...rs.
jeudi, avril 17, 2003
Grande felicidade tida numa tarde de outono: o Cápsula foi indicado no link do dia, do Diário do Grande ABC. :-)))))
mercredi, avril 16, 2003
Essa é a perturbadora Renée Vivien, que será traduzida outro dia...
Vierges et femmes, rien n'est plus doux que l'amour?
Je dédaigne le vin, je méprise le miel,
Je ne veux que le goût des baisers à ma bouche ;
Ni les frissons de l'eau ni les remous du ciel
N'égalent l'ondoiement de ta chair?
Sim, uma autora com ares de Safo... de vez em quando é bom lembrar de coisas que me fazem sonhar...
Vierges et femmes, rien n'est plus doux que l'amour?
Je dédaigne le vin, je méprise le miel,
Je ne veux que le goût des baisers à ma bouche ;
Ni les frissons de l'eau ni les remous du ciel
N'égalent l'ondoiement de ta chair?
Sim, uma autora com ares de Safo... de vez em quando é bom lembrar de coisas que me fazem sonhar...
Volto às minhas raízes francesas com Noir Désir. Tive sonhos, sim, mas como não escrevi logo sobre, esqueci deles, paciência. Mas acho que havia uma excursão para alguma praia, em que encontrava C., o rapaz de 2,03m que eu cobiço quase acima de todas as coisas. Eu sou pequena, 1,65, mas sinto uma atração quase visceral por homens muito maiores que eu. E em indeterminado momento do sonho, lembro-me de pular obstáculos com uma habilidade grande. Que coisa.
Ela voltou às paragens virtuais da minha vida. Quando ela volta é que me dou conta de que estava com saudades. Eu a imaginava mais morena, mais latina e no entanto descubro um cabelo ruivo e uma pele branquinha revestindo um aspecto frágil, reforçando a doçura habitual de suas palavras, tornando-a detentora de um ar sapeca com que cria seus filhinhos siameses... ela realmente se parece, ainda que não seja como eu a tenha imaginado, com tudo o que eu sempre senti ao falar com ela.
Sim, mais um blogue: Life is a long song, de mais uma moça de nossa idade envolta mais ou menos nas mesmas crises...
E só um adendo: hoje é 15 de abril, e daqui a 14 dias, é meu aniversário. Queria dar uma festa... queria mesmo. Mas acho que não vai dar. Então, para entrar bem nesse quarto de século, eu só queria mesmo ganhar um pote de Renew... :-(
Ela voltou às paragens virtuais da minha vida. Quando ela volta é que me dou conta de que estava com saudades. Eu a imaginava mais morena, mais latina e no entanto descubro um cabelo ruivo e uma pele branquinha revestindo um aspecto frágil, reforçando a doçura habitual de suas palavras, tornando-a detentora de um ar sapeca com que cria seus filhinhos siameses... ela realmente se parece, ainda que não seja como eu a tenha imaginado, com tudo o que eu sempre senti ao falar com ela.
Sim, mais um blogue: Life is a long song, de mais uma moça de nossa idade envolta mais ou menos nas mesmas crises...
E só um adendo: hoje é 15 de abril, e daqui a 14 dias, é meu aniversário. Queria dar uma festa... queria mesmo. Mas acho que não vai dar. Então, para entrar bem nesse quarto de século, eu só queria mesmo ganhar um pote de Renew... :-(
mardi, avril 15, 2003
Agora me deleito com Les Negresses Vertes, a banda francesa que só conheço pelos remixes do Massive Attack.
Que meus sonhos são todos esquisitos, todos os leitores desse blog sabem. Mas essa manhã acordei rindo. Como se explica? Não sei... eu ria de uma garota de uns 20 e poucos anos, pele bem branca, fisionomia singular, que tinha a compleição de uma Kelly Osbourne. Estava com ela em algum lugar semi-público, talvez um brechó, onde ela desfilava para mim, modelitos dos mais estranhos, fazendo caras e bocas. Um dos que mais foi uma pelerine de lã branca que ela usava, saltitando como se fosse chapéuzinho vermelho na Floresta. Teve também um negócio que ela colocou na cabeça, que fazia parecer que ela estava usando uma cartola gigante, e andava feito um pingüim. Morri de rir, mesmo que seja sem graça quando esse sonho passa do vivido para o meramente narrado.
Outra cena foi que eu estava em um ambiente ultra fashion, que era um lounge que fazia parte de uma editora em que trabalhara. Cada núcleo da nossa redação tinha um sofá marcado de uma cor diferente, com um design inovador e toques retrô, o que fazia com que um cafezinho tomado ali fosse algo extremamente chique.
E em ainda uma outra cena, era amiga de duas bichinhas que queriam fazer um intercâmbio, e estávamos numa escola de idiomas vendo os planos e possibilidades de viajarmos para estudar no exterior.
Enfim. Sonhos repletos de coisas divertidas, instrutivas, bem estar, alegria, etc, etc...
Mas acordei rindo da sósia da Kelly Osbourne.
Que meus sonhos são todos esquisitos, todos os leitores desse blog sabem. Mas essa manhã acordei rindo. Como se explica? Não sei... eu ria de uma garota de uns 20 e poucos anos, pele bem branca, fisionomia singular, que tinha a compleição de uma Kelly Osbourne. Estava com ela em algum lugar semi-público, talvez um brechó, onde ela desfilava para mim, modelitos dos mais estranhos, fazendo caras e bocas. Um dos que mais foi uma pelerine de lã branca que ela usava, saltitando como se fosse chapéuzinho vermelho na Floresta. Teve também um negócio que ela colocou na cabeça, que fazia parecer que ela estava usando uma cartola gigante, e andava feito um pingüim. Morri de rir, mesmo que seja sem graça quando esse sonho passa do vivido para o meramente narrado.
Outra cena foi que eu estava em um ambiente ultra fashion, que era um lounge que fazia parte de uma editora em que trabalhara. Cada núcleo da nossa redação tinha um sofá marcado de uma cor diferente, com um design inovador e toques retrô, o que fazia com que um cafezinho tomado ali fosse algo extremamente chique.
E em ainda uma outra cena, era amiga de duas bichinhas que queriam fazer um intercâmbio, e estávamos numa escola de idiomas vendo os planos e possibilidades de viajarmos para estudar no exterior.
Enfim. Sonhos repletos de coisas divertidas, instrutivas, bem estar, alegria, etc, etc...
Mas acordei rindo da sósia da Kelly Osbourne.
lundi, avril 14, 2003
Entregando-me a melancólicas notas de piano.
Um pouco de apatia, mas sem depressão. Apenas um reflexo igualmente melancólico, dessas notas na superfície das minhas percepções. Um pouco de serenidade, um pouco de vontade de ser aninhada e me deixar levar, como uma garrafa abandonada no oceano...
Uma vassoura num armário de vassouras...
E blog novo e bom: Boneco Líquido.
vendredi, avril 11, 2003
Momento flashback: ouvindo "Starman", by David Bowie.
Só tenho uma nota a fazer, já que o dia foi tranqüilo e não me sobra muita melancolia a ser filtrada nessas linhas. Na verdade, tirando alguns momentos de tristeza bruta, me creio pisando na terra firme que tento sugerir com esse template de um térreo marrom, de um puro branco e de um celeste azul. Achei que estivesse me enganando, mas de fato a morte de meu pai me jogou de volta à realidade outrora tão rejeitada. Sinto as mesmas coisas que sentia antes: dor, desejo, tristeza, alegria, mas parece que agora tudo isso não está mais atrás de um tule enganoso que me impedia de enxergar com nitidez as próprias mentiras.
Mas, sim, a nota. É que, apesar de não dar muita atenção às bandas de rock atuais, adorei o clipe da música "Bote Fé", do Tihuana: um cão preto que corre pela cidade, acompanhado esporadicamente por uma cadela malhada, ao som do refrão: "Nada do que possa acontecer será mais forte do que há entre nós". Achei simples e de uma poesia intensa e bela, mesmo se tratando de um reles videoclipe de uma reles música de trabalho. Quero que isso seja verdadeiro e sirva para minha ligação com todas as pessoas que amo e admiro. Sei que esse lindo refrão já foi contradito pela prática mais de uma vez, mas sou uma eterna romântica que ainda acredita na pureza de coração das pessoas. Ou, como disse muitas vezes minha grande amiga Anna Bukowski (que talvez tenha a honra de ver no próximo feriado), "sou um cometa vadio que chama teu nome".
Só tenho uma nota a fazer, já que o dia foi tranqüilo e não me sobra muita melancolia a ser filtrada nessas linhas. Na verdade, tirando alguns momentos de tristeza bruta, me creio pisando na terra firme que tento sugerir com esse template de um térreo marrom, de um puro branco e de um celeste azul. Achei que estivesse me enganando, mas de fato a morte de meu pai me jogou de volta à realidade outrora tão rejeitada. Sinto as mesmas coisas que sentia antes: dor, desejo, tristeza, alegria, mas parece que agora tudo isso não está mais atrás de um tule enganoso que me impedia de enxergar com nitidez as próprias mentiras.
Mas, sim, a nota. É que, apesar de não dar muita atenção às bandas de rock atuais, adorei o clipe da música "Bote Fé", do Tihuana: um cão preto que corre pela cidade, acompanhado esporadicamente por uma cadela malhada, ao som do refrão: "Nada do que possa acontecer será mais forte do que há entre nós". Achei simples e de uma poesia intensa e bela, mesmo se tratando de um reles videoclipe de uma reles música de trabalho. Quero que isso seja verdadeiro e sirva para minha ligação com todas as pessoas que amo e admiro. Sei que esse lindo refrão já foi contradito pela prática mais de uma vez, mas sou uma eterna romântica que ainda acredita na pureza de coração das pessoas. Ou, como disse muitas vezes minha grande amiga Anna Bukowski (que talvez tenha a honra de ver no próximo feriado), "sou um cometa vadio que chama teu nome".
jeudi, avril 10, 2003
Eu e meus imóveis sonhos pré-conscientes. Ontem eu realmente fiquei com medo pq não conseguia acordar. Mas era sonho... hj não, mas foi breve.
Estou ouvindo "Imagine", agora. O quanto será que esta música está distante de uma efetiva realidade? John Lennon a fez por ocasião do Vietnam. Quem escreveria algo tão significativo para a época de agora? Algo que soasse tão acima de todas as boas músicas de protesto que temos ouvido e às quais os estadunidenses têm ignorado... algo que não fosse propriamente ofensivo, mas de forma simples revelasse a falibilidade de todas as ideologias e ressaltasse que ser humano deveria estar à parte de qualquer opressão ou tolhimento.
Mas o post termina com "Lucy in the sky with diamonds", e minha pergunta fica meio que sem resposta.
Ah... se alguém chegou a ver um Ultraman aqui, bom, eu acho que não consegui tirá-lo, mas em todo caso, foi um teste. Eu tinha medo era dos montros do Spectroman, isso aos meus seis anos de idade tirava-me as noites de sono.
Estou ouvindo "Imagine", agora. O quanto será que esta música está distante de uma efetiva realidade? John Lennon a fez por ocasião do Vietnam. Quem escreveria algo tão significativo para a época de agora? Algo que soasse tão acima de todas as boas músicas de protesto que temos ouvido e às quais os estadunidenses têm ignorado... algo que não fosse propriamente ofensivo, mas de forma simples revelasse a falibilidade de todas as ideologias e ressaltasse que ser humano deveria estar à parte de qualquer opressão ou tolhimento.
Mas o post termina com "Lucy in the sky with diamonds", e minha pergunta fica meio que sem resposta.
Ah... se alguém chegou a ver um Ultraman aqui, bom, eu acho que não consegui tirá-lo, mas em todo caso, foi um teste. Eu tinha medo era dos montros do Spectroman, isso aos meus seis anos de idade tirava-me as noites de sono.
mercredi, avril 09, 2003
Ouvindo as notas oníricas de Yann Tiersen, entrego-me a revelar as camadas da minha noite, envolta em frio, em lágrimas, em sonhos e por fim em sorrisos.
Chorei tanto no meu travesseiro, chorei de saudade de tudo: de meu pai, de uma paixão muito mal-resolvida, e tudo isso explodiu nas minhas preces atéias e desajeitadas, e me dei conta de que fazia muito tempo que não conversava com o escuro do meu quarto. Quando está frio, eu mal me mexo, quando durmo. Novamente uma via-férrea como elemento dos meus sonhos (vai ver porque ontem, ao voltar de uma entrevista de emprego, parei na frente da linha para esperar uma composição passar), revisitando cenas antológicas de "De volta para o futuro"... um carro que corria em direção ao trem que chegava, e que sumia antes da trágica colisão. Tudo isso eu observava da minha bicicleta, que em movimento, fazia meu corpo sacolejar na rua de paralelepípedos. Também sonhei com aquele rosto que se estivesse encostado no meu travesseiro seria lavado pelas minhas lágrimas. Quanta saudade, quanto vazio, quanto arrependimento e coisas não ditas apesar do excesso de outras... sonhei mas nem me lembro bem, era apenas uma névoa melancólica na minha lembrança, ela em vida real, tão onírica quanto nos meus sonhos.
Mas fui acordada por voz familiar que me faz bem, me arrancou da melancolia inconsciente da madrugada e me mergulhou num mundo de histórias chocantes mas apaixonantes, ainda que ela durma e eu nunca consiga acordá-la, e fique ouvindo sua respiração pesada e preguiçosa ao telefone, antes que eu mesma perca a paciência e vá dormir, por minha vez. :-)
Eu acho que vou para Belo Horizonte na Páscoa.. que os horizontes mineirins possam se abrir pra mim então, uai!
Esqueci de mandar o post anterior, portanto, ele vai hoje. Será que voltei ao áureo tempo da narração dos meus sonhos? Dunno...
Pois é... o sonho dessa noite foi muito "feira", só para isso faltando o pastelzinho de vento. Sonhei com tempos de penúria como se estivéssemos em guerra. Mas a presença dos meus amigos era constante, porque apoiávamos uns aos outros. Eu não me lembro de uma seqüência linear, mas lembro de correr para alcançar alguém, acompanhada de um menino de seus oito anos, e no caminho, ter pego dois enormes tomates vermelhos. Já em casa, numa outra casa que não conheço, L. trouxe um saco de pães e ficamos juntos na cama, nos beijando e conversando. Em outra cena, eu estava ao ar-livre, era de noite e eu olhava as luzes de outras cidades, em uma colina com algumas pessoas, e eu e R. encontramos uma caramboleira em que era muito difícil de subir. Havia também uma jaqueira, e uma outra árvore de frutos estranhos.
O interessante disso tudo é que a sensação vigente no sonho não era de que esses alimentos eram para mim, mas que precisava consegui-los para que outras pessoas o comessem. Mas o alimento que eu mais queria ter comido, enquanto no sonho, eram aqueles enormes tomates vermelhos, viçosos e de cheiro delicioso.
Chorei tanto no meu travesseiro, chorei de saudade de tudo: de meu pai, de uma paixão muito mal-resolvida, e tudo isso explodiu nas minhas preces atéias e desajeitadas, e me dei conta de que fazia muito tempo que não conversava com o escuro do meu quarto. Quando está frio, eu mal me mexo, quando durmo. Novamente uma via-férrea como elemento dos meus sonhos (vai ver porque ontem, ao voltar de uma entrevista de emprego, parei na frente da linha para esperar uma composição passar), revisitando cenas antológicas de "De volta para o futuro"... um carro que corria em direção ao trem que chegava, e que sumia antes da trágica colisão. Tudo isso eu observava da minha bicicleta, que em movimento, fazia meu corpo sacolejar na rua de paralelepípedos. Também sonhei com aquele rosto que se estivesse encostado no meu travesseiro seria lavado pelas minhas lágrimas. Quanta saudade, quanto vazio, quanto arrependimento e coisas não ditas apesar do excesso de outras... sonhei mas nem me lembro bem, era apenas uma névoa melancólica na minha lembrança, ela em vida real, tão onírica quanto nos meus sonhos.
Mas fui acordada por voz familiar que me faz bem, me arrancou da melancolia inconsciente da madrugada e me mergulhou num mundo de histórias chocantes mas apaixonantes, ainda que ela durma e eu nunca consiga acordá-la, e fique ouvindo sua respiração pesada e preguiçosa ao telefone, antes que eu mesma perca a paciência e vá dormir, por minha vez. :-)
Eu acho que vou para Belo Horizonte na Páscoa.. que os horizontes mineirins possam se abrir pra mim então, uai!
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Esqueci de mandar o post anterior, portanto, ele vai hoje. Será que voltei ao áureo tempo da narração dos meus sonhos? Dunno...
Pois é... o sonho dessa noite foi muito "feira", só para isso faltando o pastelzinho de vento. Sonhei com tempos de penúria como se estivéssemos em guerra. Mas a presença dos meus amigos era constante, porque apoiávamos uns aos outros. Eu não me lembro de uma seqüência linear, mas lembro de correr para alcançar alguém, acompanhada de um menino de seus oito anos, e no caminho, ter pego dois enormes tomates vermelhos. Já em casa, numa outra casa que não conheço, L. trouxe um saco de pães e ficamos juntos na cama, nos beijando e conversando. Em outra cena, eu estava ao ar-livre, era de noite e eu olhava as luzes de outras cidades, em uma colina com algumas pessoas, e eu e R. encontramos uma caramboleira em que era muito difícil de subir. Havia também uma jaqueira, e uma outra árvore de frutos estranhos.
O interessante disso tudo é que a sensação vigente no sonho não era de que esses alimentos eram para mim, mas que precisava consegui-los para que outras pessoas o comessem. Mas o alimento que eu mais queria ter comido, enquanto no sonho, eram aqueles enormes tomates vermelhos, viçosos e de cheiro delicioso.
lundi, avril 07, 2003
Recorde de sono. Fui dormir muito cedo e acordei muito tarde, o que proporcionou sonhos tão loucos quanto o tempo que havia para serem sonhados. O sonho de que mais me lembro foi aquele em que estava presa em uma escola (ou um espaço arquitetonicamennte concebido para tal), presa com outras pessoas por algum grupo de criminosos. Mas, sabe-se lá como, eu escapei daquela prisão, e foi voando. Há muito tempo não sonhava que estava voando. Eu queria alcançar um avião que estivesse indo para Brasília. O primeiro lugar que alcancei, na manhã de céu muito azul, foi um elevado onde havia uma via férrea... andei um pouco sobre os trilhos e continuei a subida. Eu dava braçadas no ar como se nadasse, e como se o deslocamento circular dos meus braços me impulsionasse para cima... fui voando muito rápido em direção a um Boeing bem gordinho. Me abracei no alto do avião, sentido o vento no cabelo e me perguntando o motivo pelo qual eu ainda respirava normalmente a 5.000m de altura. Eu olhava o mundo lá embaixo, através das nuvens.
Outro sonho foi que eu era novamente guia de um grupo de franceses. E eles já iam embora. Só me lembro do melhor: estar aos beijos com uma francesa linda, que se recusava a ir embora...rs.
No mais, não lembro de quase nada, só sei que ainda houve muitas outras cenas surreais, como se fossem apenas "sketches" na minha mente. Inclusive minha manhã teve um componente estranho. Acordei às seis da manhã, mas o relógio só marcava cinco, e eu, depois de alguns minutos, comecei a achar estranha a claridade do céu, para aquela hora.
E o que mais? Ontem fui ao batizado de Mateus, o bebê mais lindo do meu universo atual. Ele deixa aflorado meu instinto materno, com aquela pele tão macia e aquela ausência de dentes que torna seu sorriso a coisa mais boba e gostosa do mundo. Sete meses de esperteza pura, ainda que no meu íntimo, a presença de um bebê na minha vida certamente não implicaria em um batizado.
Outro sonho foi que eu era novamente guia de um grupo de franceses. E eles já iam embora. Só me lembro do melhor: estar aos beijos com uma francesa linda, que se recusava a ir embora...rs.
No mais, não lembro de quase nada, só sei que ainda houve muitas outras cenas surreais, como se fossem apenas "sketches" na minha mente. Inclusive minha manhã teve um componente estranho. Acordei às seis da manhã, mas o relógio só marcava cinco, e eu, depois de alguns minutos, comecei a achar estranha a claridade do céu, para aquela hora.
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E o que mais? Ontem fui ao batizado de Mateus, o bebê mais lindo do meu universo atual. Ele deixa aflorado meu instinto materno, com aquela pele tão macia e aquela ausência de dentes que torna seu sorriso a coisa mais boba e gostosa do mundo. Sete meses de esperteza pura, ainda que no meu íntimo, a presença de um bebê na minha vida certamente não implicaria em um batizado.
vendredi, avril 04, 2003
Sonhei que estava de novo na faculdade (acho que foram influências de uma agradável conversa tida ontem), numa sala de aula que era aberta à passagem, como se os alunos tivessem aula no corredor. Saí para tomar uma água, e num cenário do qual, de longe eu via um porto, guindastes, navios, reecontrei G. e a abracei como há muito não faço. G. é para mim como a memória dos computadores baianos: uma vaga lembrança...
Sonhei também com a filha porquinha da vizinha de cima, que vinha aqui em casa, pedia pra passar uma tarde, e vinha dormir comigo na minha cama, tentando me abraçar, e a repulsa que eu sentia era notável.
Ainda sonhei que ia para uma colônia de férias com a Fabs, e foi divertidíssimo, coisa de pularmos em piscinas e conhecermos gatinhos... na volta, estávamos em um ônibus e eu falava mal dos americanos, quando ela me advertiu: "ô mulher, acho que tem um americano fazendo uma cara de cu no banco atrás da gente", e eu ri e pra provocar ainda mais o cidadão, comecei a falar mal deles em inglês.
Outro sonho, dessa vez, mais uma vez, com meu pai. Mas nesse sonho ele era vivo. Ele morava numa casa só dele, grande e inchada de sua personalidade. Mas ele correu na chuva comigo, e eu fiquei preocupada que ele se resfriasse. Aí eu fui pegar algo que ele tinha esquecido em algum lugar, acho que uma Bíblia. Fui de bicicleta, na chuva, e caí, me esborrachei e deixei a Bíblia cair numa poça d'água e me senti muito culpada. Minha mãe teve também um lugar nesse sonho, pegando uma bolsa de viagem minha e me mandando ir embora.
É o segundo sonho em que ela me manda ir embora e em que eu estou meio que irmanada com meu pai. E em todos os sonhos estamos ligados por um amor intenso e inestimável, por mais que tenhamos sido fisicamente distantes em vida. Eu estou morrendo de saudade dele.
15:18 - Fim dos registros quiméricos de Camille Bleue.
Sonhei também com a filha porquinha da vizinha de cima, que vinha aqui em casa, pedia pra passar uma tarde, e vinha dormir comigo na minha cama, tentando me abraçar, e a repulsa que eu sentia era notável.
Ainda sonhei que ia para uma colônia de férias com a Fabs, e foi divertidíssimo, coisa de pularmos em piscinas e conhecermos gatinhos... na volta, estávamos em um ônibus e eu falava mal dos americanos, quando ela me advertiu: "ô mulher, acho que tem um americano fazendo uma cara de cu no banco atrás da gente", e eu ri e pra provocar ainda mais o cidadão, comecei a falar mal deles em inglês.
Outro sonho, dessa vez, mais uma vez, com meu pai. Mas nesse sonho ele era vivo. Ele morava numa casa só dele, grande e inchada de sua personalidade. Mas ele correu na chuva comigo, e eu fiquei preocupada que ele se resfriasse. Aí eu fui pegar algo que ele tinha esquecido em algum lugar, acho que uma Bíblia. Fui de bicicleta, na chuva, e caí, me esborrachei e deixei a Bíblia cair numa poça d'água e me senti muito culpada. Minha mãe teve também um lugar nesse sonho, pegando uma bolsa de viagem minha e me mandando ir embora.
É o segundo sonho em que ela me manda ir embora e em que eu estou meio que irmanada com meu pai. E em todos os sonhos estamos ligados por um amor intenso e inestimável, por mais que tenhamos sido fisicamente distantes em vida. Eu estou morrendo de saudade dele.
15:18 - Fim dos registros quiméricos de Camille Bleue.
mercredi, avril 02, 2003
Tenho de escrever, né? Mas dada a data festiva de 1o. de abril (pensar que essa é a data do golpe de 64 é deveras interessante. Talvez eles só a tenham chamado de revolução porque era justamente 1o. de abril), fico com medo de escrever mentiras. Portanto, escreverei apenas um parágrafo de mentiras para depois aceder somente à minha porção de realidade.
Já é notório que os EUA invadiram o Iraque para garantir a paz no mundo e a economia americana está de vento em popa. Carla Perez tornou-se recentemente um dos pilares da nata intelectual da Bahia, sendo que Xanddy resolveu nunca mais andar descalço e só quer o chamem de Alexandre. Eu sou engraçada.
Pronto, cansei. O fato é que na Praça Fernandes Pacheco só me acontecem coisas estranhas. Dias desses, pensando na imprevisibilidade dos acontecimentos, tomei uma bola na cabeça vinda diretamente da hora do recreio no Leonor Mendes de Barros. Ontem, atravessando a rua e lembrando da orelha do livro "As horas", que dizia que suas protagonistas não se encaixavam no ritmo de seus cotidianos, meu olhar se deteve numa obra que faziam na rua perpendicular, tentando entender o porquê daquilo, quando senti algo encostando na minha coxa, e não era nada menos que o capô de um carro que quase me atropelou. Olhei para o motorista, meio atônita, um segundo depois lhe pedi desculpas pela minha desatenção, e ele pela dele, e me perguntei: "onde diabos estava com a cabeça"? Como, em uma fração de segundo, não vi o carro que vinha, não ouvi a freada, não me lembrei da rua e sim continuei caminhando nos meus pensamentos? Tive medo do meu desligamento e medo também de que o recém-passado tivesse sido outro e eu de fato tivesse sido atropelada. Os passos da minha mente nunca se coordenam com os das minhas pernas.
Já é notório que os EUA invadiram o Iraque para garantir a paz no mundo e a economia americana está de vento em popa. Carla Perez tornou-se recentemente um dos pilares da nata intelectual da Bahia, sendo que Xanddy resolveu nunca mais andar descalço e só quer o chamem de Alexandre. Eu sou engraçada.
Pronto, cansei. O fato é que na Praça Fernandes Pacheco só me acontecem coisas estranhas. Dias desses, pensando na imprevisibilidade dos acontecimentos, tomei uma bola na cabeça vinda diretamente da hora do recreio no Leonor Mendes de Barros. Ontem, atravessando a rua e lembrando da orelha do livro "As horas", que dizia que suas protagonistas não se encaixavam no ritmo de seus cotidianos, meu olhar se deteve numa obra que faziam na rua perpendicular, tentando entender o porquê daquilo, quando senti algo encostando na minha coxa, e não era nada menos que o capô de um carro que quase me atropelou. Olhei para o motorista, meio atônita, um segundo depois lhe pedi desculpas pela minha desatenção, e ele pela dele, e me perguntei: "onde diabos estava com a cabeça"? Como, em uma fração de segundo, não vi o carro que vinha, não ouvi a freada, não me lembrei da rua e sim continuei caminhando nos meus pensamentos? Tive medo do meu desligamento e medo também de que o recém-passado tivesse sido outro e eu de fato tivesse sido atropelada. Os passos da minha mente nunca se coordenam com os das minhas pernas.
dimanche, mars 30, 2003
De tempos em tempos (a cada 5min, talvez) me é necessária uma decantação. Do que? Muito provavelmente dos resíduos dos meus próprios processos, coisas que vão criando um ranço auto-inflingido, pequenos mas incômodos vícios, manias das quais não consigo me livrar.
Coisa pertinente é essa metáfora de outrem, dita em primeira pessoa: "estava bebendo água numa garrafinha de plástico, e pus meus olhos em duas gotas que sobraram. Quando comecei a mexer a garrafa, uma das gotas rodava sobre si mesma, enquanto a outra ia vagarosamente em direção a esta, e por fim elas se juntaram e formaram uma gota grande". A questão, no caso, é tanto a da gota giratória quanto a que persiste no seu caminho obstinado e reto. Não sei qual dos dois movimentos é o mais legítimo, e tampouco sei qual deles é que realmente me representa. Infelizmente eu me vejo na porção ruim da roda da fortuna: girando sempre, a repetir situações, a passar sempre pelas mesmas dificuldades, decorrentes dos mesmos erros. Uma prisão cíclica, se bem que isso é uma redundância, pois quando estamos aprisionados, não vemos o tempo passar, logo ele perde a seqüência lógica que parece ter quando estamos livres. É nesse ciclo que me encontro, apesar de no fim achar que terei traçado uma linha reta sem paralelos que um dia se encontrarão.
Mudando de assunto, eu acho muito poética a palavra "desdita".
Coisa pertinente é essa metáfora de outrem, dita em primeira pessoa: "estava bebendo água numa garrafinha de plástico, e pus meus olhos em duas gotas que sobraram. Quando comecei a mexer a garrafa, uma das gotas rodava sobre si mesma, enquanto a outra ia vagarosamente em direção a esta, e por fim elas se juntaram e formaram uma gota grande". A questão, no caso, é tanto a da gota giratória quanto a que persiste no seu caminho obstinado e reto. Não sei qual dos dois movimentos é o mais legítimo, e tampouco sei qual deles é que realmente me representa. Infelizmente eu me vejo na porção ruim da roda da fortuna: girando sempre, a repetir situações, a passar sempre pelas mesmas dificuldades, decorrentes dos mesmos erros. Uma prisão cíclica, se bem que isso é uma redundância, pois quando estamos aprisionados, não vemos o tempo passar, logo ele perde a seqüência lógica que parece ter quando estamos livres. É nesse ciclo que me encontro, apesar de no fim achar que terei traçado uma linha reta sem paralelos que um dia se encontrarão.
Mudando de assunto, eu acho muito poética a palavra "desdita".
samedi, mars 29, 2003
Carol Rigby voltou de Buenos Aires com força total. Tá todo mundo mudando de endereço, e estou descobrindo coisas novas, como por exemplo a profundidade reflexiva da srta. Emma Bovary, mais uma que como eu, prefere o aconchego do anonimato (e isso seria um trocadilho se vocês soubessem que aqui em Santos tem um motel chamado "Anonimato").
Acordei cedinho, hoje, muito cedinho, com a desafiante tarefa de acordar alguém. E fui ao café onde minha mãe trabalha... e passei a manhã lendo e tomando um cafezinho expresso que ela mesma me preparou, com a sua aprendiz habilidade de mexer naquela máquina. No caminho, encontrei uma amiga que não via há muitos anos, e eu estava com tanto sono que tive a impressão de que foi sonho, ainda mais quando ela me contou que há anos, sua mãe estava morando na Suíça. Nada me pareceu tão díspar de qualquer realidade anterior, mas achei legal. Quando nos telefonarmos, procurarei saber dos detalhes.
Hoje uma coisa de importância menor também me intrigou. Vocês comprariam uma caixa de leite que não tivesse a cor branca, ou azul? Abri o armário e havia uma caixa assim no meu armário, toda vermelha, amarela e laranja, e tive de procurar na embalagem a expressão "leite in natura" para confirmar se poderia bebê-lo ou não. Não sabia se aquilo era leite mesmo, ou leite com chocolate, ou qualquer outra coisa. Estranho se dar conta que a mente está tão acostumada a certos padrões, que qualquer desvio disso provoca uma estranheza sem precedentes. Achei interessante, mas esse leite não vai vender, mesmo sabendo que o apelo do preço baixo, hoje em dia, é mais convincente do que qualquer outra coisa.
Acordei cedinho, hoje, muito cedinho, com a desafiante tarefa de acordar alguém. E fui ao café onde minha mãe trabalha... e passei a manhã lendo e tomando um cafezinho expresso que ela mesma me preparou, com a sua aprendiz habilidade de mexer naquela máquina. No caminho, encontrei uma amiga que não via há muitos anos, e eu estava com tanto sono que tive a impressão de que foi sonho, ainda mais quando ela me contou que há anos, sua mãe estava morando na Suíça. Nada me pareceu tão díspar de qualquer realidade anterior, mas achei legal. Quando nos telefonarmos, procurarei saber dos detalhes.
Hoje uma coisa de importância menor também me intrigou. Vocês comprariam uma caixa de leite que não tivesse a cor branca, ou azul? Abri o armário e havia uma caixa assim no meu armário, toda vermelha, amarela e laranja, e tive de procurar na embalagem a expressão "leite in natura" para confirmar se poderia bebê-lo ou não. Não sabia se aquilo era leite mesmo, ou leite com chocolate, ou qualquer outra coisa. Estranho se dar conta que a mente está tão acostumada a certos padrões, que qualquer desvio disso provoca uma estranheza sem precedentes. Achei interessante, mas esse leite não vai vender, mesmo sabendo que o apelo do preço baixo, hoje em dia, é mais convincente do que qualquer outra coisa.
jeudi, mars 27, 2003
Friozinho gostoso, tosses secas chatas, gente querida fazendo coisas lindas pelos outros... certas coisas me comovem, me enchem de uma estima sempre maior.
Show do Danilo Caymmi. Bem gostosinho, bem feitinho, competentezinho. Mas enfim, aquela coisa: Iemanjá, odoiá em duas músicas diferentes, Gabriela pra cá, Acarajé pra cá, mas o cara é simpático e tem um jeito atrapalhado. O que achei curioso é que parece que ele vive em função das produções dramatúrgicas da Globo. É Riacho Doce, Teresa Batista, Porto dos Milagres (lembrei de Guma, agora, ui...rs), tudo feito para ilustrar melodicamente aqueles sotaques mal e porcamente reproduzidos, a dar a entender que todo mundo na Bahia vive deitado em rede, e ou pesca, ou toma água de côco ou é um coronel. Putz.
Show do Danilo Caymmi. Bem gostosinho, bem feitinho, competentezinho. Mas enfim, aquela coisa: Iemanjá, odoiá em duas músicas diferentes, Gabriela pra cá, Acarajé pra cá, mas o cara é simpático e tem um jeito atrapalhado. O que achei curioso é que parece que ele vive em função das produções dramatúrgicas da Globo. É Riacho Doce, Teresa Batista, Porto dos Milagres (lembrei de Guma, agora, ui...rs), tudo feito para ilustrar melodicamente aqueles sotaques mal e porcamente reproduzidos, a dar a entender que todo mundo na Bahia vive deitado em rede, e ou pesca, ou toma água de côco ou é um coronel. Putz.
mardi, mars 25, 2003
Minha garganta não melhorou, mas o sol voltou depois de uma manhã inteira de chuva. Acordei com uma voz já familiar que dava-me as boas vindas do dia, não poderia ter acordado de melhor maneira. Os dias que esperei não foram em vão. Fui acusada de frieza, de distância, mas era uma inquietação que não procedia. Tudo o que queria era um simples dengo para que tudo se umedecesse, se amaciasse e se tornasse novamente o território íntimo do bem-estar, do desprendimento e da desenvoltura. Queria esse sujeito-objeto nos meus braços, na hora excitada de um despertar comum, de um "bom dia" dado com olhar sugestivo, de um sorriso seguido de ruídos afins ao ronronar de um gato preguiçoso...
E do lado de fora da moldura da janela em que chovia no quadro nada estático, que era o lado de dentro, o meu quarto, segui minha leitura embalada pelo frescor da manhã, pelo sono se ausentando do meu corpo...
O que estou lendo? Nada poético, nada analítico, "A Vida Sexual de Catherine M.", que prescinde de explicações, que é quase um episódio de um documentário da Discovery. Eu não invejo a vida sexual de Catherine, mas invejo seu desprendimento de toda a culpa e todo o medo. Queria ter essa mesma atitude em relação a outras coisas que não o sexo. Vou teorizar mais a respeito, depois volto.
E do lado de fora da moldura da janela em que chovia no quadro nada estático, que era o lado de dentro, o meu quarto, segui minha leitura embalada pelo frescor da manhã, pelo sono se ausentando do meu corpo...
O que estou lendo? Nada poético, nada analítico, "A Vida Sexual de Catherine M.", que prescinde de explicações, que é quase um episódio de um documentário da Discovery. Eu não invejo a vida sexual de Catherine, mas invejo seu desprendimento de toda a culpa e todo o medo. Queria ter essa mesma atitude em relação a outras coisas que não o sexo. Vou teorizar mais a respeito, depois volto.
lundi, mars 24, 2003
Puta da vida com tudo. Sem sono, garganta inflamada, nada o que dizer, nada o que pensar. Tudo parece ser uma soma de coisas que têm por essência comum o nada. A insignificância, coisa essa que ainda assim me afeta.
É um quase amanhecer de um dia de outono, já está frio, novamente eu vou me enfiar em uma ostra. O verão passou, e com esse fim de verão, fechado tradicionalmente pelas águas de março, percebo o quanto sou ligada a estes bobos estereótipos estivais, de que o verão é ensolarado e tem de ser alegremente aproveitado, mas meu verão foi pontuado de coisas nefastas e fúnebres, literalmente. Meu pai foi o exemplo mais vívido disso. Mas não só. Outras coisas morreram. Parte da crença (sim, uma crença tão infundada como qualquer religião idiota) em que amigos são para sempre, em que as pessoas que a gente ama são sempre irrepreensíveis no quesito fidelidade, e nem falo da fidelidade sexual, pois acho que é a menos importante. Pessoas que eu amava de maneira maior sumiram. Evaporaram da minha vida, tanto de maneiras despresíveis quanto dolorosas. Esse foi o verão da morte, de todas. E no entanto, minhas faces, aquelas que queria mortas e enterradas, vivem, ou são zumbis de mim mesma.
Sinto que todos representam comigo, incapaz de não representar também, eu mesma.
É um quase amanhecer de um dia de outono, já está frio, novamente eu vou me enfiar em uma ostra. O verão passou, e com esse fim de verão, fechado tradicionalmente pelas águas de março, percebo o quanto sou ligada a estes bobos estereótipos estivais, de que o verão é ensolarado e tem de ser alegremente aproveitado, mas meu verão foi pontuado de coisas nefastas e fúnebres, literalmente. Meu pai foi o exemplo mais vívido disso. Mas não só. Outras coisas morreram. Parte da crença (sim, uma crença tão infundada como qualquer religião idiota) em que amigos são para sempre, em que as pessoas que a gente ama são sempre irrepreensíveis no quesito fidelidade, e nem falo da fidelidade sexual, pois acho que é a menos importante. Pessoas que eu amava de maneira maior sumiram. Evaporaram da minha vida, tanto de maneiras despresíveis quanto dolorosas. Esse foi o verão da morte, de todas. E no entanto, minhas faces, aquelas que queria mortas e enterradas, vivem, ou são zumbis de mim mesma.
Sinto que todos representam comigo, incapaz de não representar também, eu mesma.
dimanche, mars 23, 2003
Domingo destinado a suportar as conseqüências das extravagâncias da noite anterior.
Dancei tanto que arranjei uma bolha enorme no pé. Mas amei: Joy Division, Soft Cell, Duran Duran, Culture Club, Madonna, New Order, Depeche Mode... só as coisas que eu curtia horrores aos sete anos de idade. E gente bonita, muitas delas. Vontade de ir lá sempre, but...
Festa anos 80 é sempre o que há. Com aquelas músicas, ninguém precisa de hoje.
Dancei tanto que arranjei uma bolha enorme no pé. Mas amei: Joy Division, Soft Cell, Duran Duran, Culture Club, Madonna, New Order, Depeche Mode... só as coisas que eu curtia horrores aos sete anos de idade. E gente bonita, muitas delas. Vontade de ir lá sempre, but...
Festa anos 80 é sempre o que há. Com aquelas músicas, ninguém precisa de hoje.
samedi, mars 22, 2003
Estou ouvindo um cd da Elis, ao vivo. Mulher surpreendente, incrível, mais que incrível, quase incompreensível, ou apenas (e mais importante) visceralmente compreensível.
Sonhos, é, há quanto tempo. Sonhei com F., que não andava na minha cabeça já há muito tempo. Sonhei que ela estava dentro de um caminhão, com o pai e o irmão, e que não morava mais com D., e que pareceu confusa, mas depois alegre em me ver. Não sei como eu mesma me sentiria se a visse de novo, e talvez nem queira saber.
Ganhei duas blusinhas lindas ontem... mas usáveis no verão. E o outono começou hoje, com uma cara bem típica. Em Curitiba, o frio já mostra a ponta do seu nariz, e mais ao sul, ainda, o frio deve estar pior. Toda a cor da natureza vai arrefecendo, os hábitos tornam-se mais discretos e internos, as conquistas dar-se-ão menos à beira da praia que no interior de uma discoteca... e cada inverno para mim é uma jornada em mim, é hora de mastigar e digerir o meu revelador verão, vivo em cores mas literalmente sepulcral, cheio de acontecimentos que abalaram minhas estruturas, se é que eu as tenho.
Em Santos o dia é nublado, as chuvas são esparsas mas fortes, e lá no norte, no oriente, o dia é nublado da fumaça da morte. :-(
Ouvir "Travessia" era tudo que eu não deveria ter feito hoje.
Sonhos, é, há quanto tempo. Sonhei com F., que não andava na minha cabeça já há muito tempo. Sonhei que ela estava dentro de um caminhão, com o pai e o irmão, e que não morava mais com D., e que pareceu confusa, mas depois alegre em me ver. Não sei como eu mesma me sentiria se a visse de novo, e talvez nem queira saber.
Ganhei duas blusinhas lindas ontem... mas usáveis no verão. E o outono começou hoje, com uma cara bem típica. Em Curitiba, o frio já mostra a ponta do seu nariz, e mais ao sul, ainda, o frio deve estar pior. Toda a cor da natureza vai arrefecendo, os hábitos tornam-se mais discretos e internos, as conquistas dar-se-ão menos à beira da praia que no interior de uma discoteca... e cada inverno para mim é uma jornada em mim, é hora de mastigar e digerir o meu revelador verão, vivo em cores mas literalmente sepulcral, cheio de acontecimentos que abalaram minhas estruturas, se é que eu as tenho.
Em Santos o dia é nublado, as chuvas são esparsas mas fortes, e lá no norte, no oriente, o dia é nublado da fumaça da morte. :-(
Ouvir "Travessia" era tudo que eu não deveria ter feito hoje.
vendredi, mars 21, 2003
Depois de toda uma semana útil sem postar, aqui estou, ainda que não tenha muito o que dizer. Não que tenha feito muita coisa. Só escrevi e li, basicamente, embora não aqui... terminei um livro de 500 páginas, fiquei preocupada com a possibilidade de ter magoado alguém querido... eu normalmente faço isso devido a uma falta de jeito típica de mim. Tomei café na rua XV, coisa que sempre me é muito agradável... e pensei pouco na vida, pelo menos na minha. Pensei, inevitavelmente, na burrice dessa guerra, escrevi sobre isso, embora não aqui, pois por aqui, sempre permaneço no círculo íntimo e pessoal da minha existência, e de algumas outras que me rodeiam...
Mas de certa forma, andei ocupada, e se isso me afasta daqui, por outro lado é bom, visto que recorro a essas linhas por causa da minha constante inquietação de espírito.
Continuo na minha ostra.
Mas de certa forma, andei ocupada, e se isso me afasta daqui, por outro lado é bom, visto que recorro a essas linhas por causa da minha constante inquietação de espírito.
Continuo na minha ostra.
lundi, mars 17, 2003
Belezura de fim de semana... é claro que eu oscilo entre curtir um momento que é bom, e ficar de mau-humor o resto do tempo, mas enfim. Multiplas ligações de pessoas longinquamente queridas. Nordeste, Bauru, Jequitinhonha, Cananéia. Deus meu, e tudo de uma vez só. Saudades, saudades e me sinto querida e querendo bem. TE VOGLIO BENE, aliás.
E ainda o churrasquinho do Coral, e ainda ler e escrever e sorrir e tomar chopp rosé. E enviar o Cápsula. Mas nenhuma reflexão, não, nada. Meu findi não foi melancólico ou surpreendente, no fim, isso acaba soando como um diarinho...rs.
Salvador, né? Por que não? :-)
E ainda o churrasquinho do Coral, e ainda ler e escrever e sorrir e tomar chopp rosé. E enviar o Cápsula. Mas nenhuma reflexão, não, nada. Meu findi não foi melancólico ou surpreendente, no fim, isso acaba soando como um diarinho...rs.
Salvador, né? Por que não? :-)
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